27
Jul 11
27
Jul 11

O futuro

O escritor português valter hugo mãe, assim em minúsculas como ele gosta de escrever, apresentou recentemente na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) um belo texto sobre a sua relação com o Brasil (ver carta lida aqui).

Nesse texto, e a propósito das 'novelas', o autor descreve os brasileiros que nos anos oitenta vinham para Portugal (e que já conheciam o final das histórias) como uma espécie de 'adivinhos... gente que via coisas do futuro, gente que viveu o futuro' e que se juntava 'a nós para reviver o passado'. Por causa disso, tornavam-se especiais e a sua opinião 'para cada decisão' era escutada com atenção.

Esta história é muito interessante porque é uma boa metáfora do que precisamos fazer quando se trata de pensar o futuro e que passa por pedir aqueles que já viveram 'futuros diferentes' (e que conhecem alguns dos seus 'segredos') que partilhem connosco essas histórias.

O Brasil tornou-se ao longo dos tempos, e para muitos assuntos, uma espécie de 'bola de cristal' e de 'balão de ensaio' de 'futuros desejados' (como referia recentemente areputada investigadora britânica Doreen Massey). No domínio das artes e da cultura a já citada FLIP, organizada na cidade de Paraty, o Festival Jazz & Blues do Ceará ou oMuseu de Arte Contemporânea de Niterói são exemplos de apostas robustas e qualificadoras do 'presente' merecedores de particular atenção e investigação (*), quer por nos revelarem aspectos de um 'futuro possível' em momento de crise e de incerteza, quer por ousarem desenvolver-se fora dos grandes centros urbanos.

A rede ibero-americana de reflexão sobre 'economia criativa, da cultura e das artes' e 'territórios criativos' (**) que estamos a construir vai um pouco nesse sentido, da vontade de construir um 'futuro com diferentes possibilidades' a partir de um olhar sobre o potencial da relação entre as 'artes, a cultura, a economia e o território'.

Esta rede informal mobiliza já, neste momento,  mais de trezentos cidadãos de ambos os lados do Atlântico e pretende constituir-se como um espaço de reflexão sobre conceitos e de partilha de experiências e projectos que nos ajudem a desbravar 'novos futuros' a partir de um olhar Ibero-Latinoamericano.

Partilhemos, então, o 'futuro desejado'!

publicado por JCM às 13:18 | comentar | favorito
22
Jul 11

indústrias culturais e criativas

Enviamos para vosso conhecimento a primeira mailing-list ibero-americana de reflexão sobre as 'indústrias culturais e criativas' (LINK)
Neste momento a lista (bilingue, em português e castelhano) integra já mais de 260 membros de Portugal, Brasil, Espanha, Argentina e México.
Um dos temas que estamos a discutir é a relação entre a cultura popular e as indústrias criativas (podem ver um respigo aqui http://industriasculturaisecriativas.blogs.sapo.pt/ & página Facebook).
Participe na reflexão!
publicado por JCM às 13:50 | comentar | favorito
22
Jul 11

‎'CIDADES PELA RETOMA, REFORMA E TRANSIÇÃO‘ O PAPEL DOS ‘MOVIMENTOS CÍVICOS’ QUE REFLECTEM SOBRE AS CIDADES, NUM CONTEXTO DE TRANSIÇÃO

publicado por JCM às 09:30 | comentar | favorito
21
Jul 11
21
Jul 11

comunidades de prática

Projecto de comunidades de prática para a Administração Pública Portuguesa, a nossa missão é promover a inovação e a aprendizagem informal na Administração Pública na prossecução do valor público!
http://comunidades.ina.pt/
https://www.facebook.com/comunidades.ina.pt
publicado por JCM às 19:33 | comentar | favorito
19
Jul 11
19
Jul 11

Estudo CGD “Cidades e Desenvolvimento” – Um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa

Sugestão de João Belard Correia

“Cidades e Desenvolvimento” – Um domínio de potencial estratégico para a economia portuguesa
A CGD solicitou à SaeR um trabalho com vista a aprofundar um diagnóstico – no actual contexto do mercado autárquico – e apontar um conjunto de princípios e linhas de acção concretas no sentido das autarquias e das cidades poderem continuar a ser um factor decisivo na geração de riqueza económica, na melhoria da qualidade de vida das populações e na sua sustentabilidade, bem como na geração e promoção do conhecimento, da inovação e da criatividade de base empresarial.
http://incpl.wordpress.com/2011/07/18/estudo-cgd-cidades-e-desenvolvimento-um-dominio-de-potencial-estrategico-para-a-economia-portuguesa/
publicado por JCM às 10:03 | comentar | favorito
18
Jul 11
18
Jul 11

PDM e desenvolvimento: a dimensão nacional e internacional do Porto (20 Julho)

A Região Norte se, por um lado se confronta com a necessidade de perseguir o nível de competitividade europeu, por outro, em processo de reestruturação económica e urbana, integra um país periférico e do Sul da Europa, em plena crise económica.
O Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário, menciona três "esferas de actividade" que compõem o planeamento territorial: o policentrismo urbano-rural de parceria, a paridade no acesso às infra-estruturas de conhecimento e o desenvolvimento sustentável e protecção do património natural e cultural. A agenda Europa 2020 fala de economia inteligente, sustentável e inclusiva.
Neste contexto, qual o papel do Porto? Em e para Portugal, Europa e Mundo?
Qual a importância do planeamento?
Quais os desafios estratégicos nos domínios ambiente / sociedade / economia?
O desafio está lançado.
José Carlos Marques dos Santos, Reitor da Universidade do Porto, José Rio Fernandes, Geógrafo, Catedrático da Faculdade de Letras da Universidade do Porto,tentarão dar respostas ou pistas de reflexão para a procura de respostas.
Participe. Venha debater com eles.
PDM e desenvolvimento: a dimensão nacional e internacional do Porto
Dia 20 de Julho, 21h30
Centro Literário do Porto
Rua Nova da Alfândega


P´la Campo Aberto
Vitor Silva
http://www.campoaberto.pt/2011/07/01/cinco-anos-de-pdm-plano-estrategico-de-uma-cidade-sustentavel-de-media-dimensao-%E2%80%9Cancora-inovadora%E2%80%9D-do-noroeste-peninsular/
publicado por JCM às 13:33 | comentar | favorito
12
Jul 11

Lista de discussão sobre o 'sector cultural e criativo' com mais de 120 participantes

A rede discussão sobre o sector cultutal e criativo já tem mais de 120 participantes de proveniências geográficas e percursos profissionais muito distintos (Portugal, Brasil e Espanha).
Ao contrário das tradicionais listas electrónicas, que tendem a funcionar de forma um pouco impessoal e algo passiva, pretende-se que esta rede se torne uma verdadeira 'rede social' de pessoas que investigam, trabalham ou têm interesse directo ou indirecto no sector das 'indústrias culturais e criativas' (ICC).
Convém relembrar que esta lista foi criada por um grupo de investigadores e profissionais com actividade/interesse no tema das ICC (que desenvolvem actividade em Portugal, Brasil e Espanha) para responder a cinco objectivos fundamentais:
i) ajudar a aprofundar a reflexão sobre o potencial das actividades do 'sector cultural e criativo';
ii) avaliar as diferentes dimensões e implicações territoriais, sociais e económicas e políticas;
iii) assegurar um espaço para a divulgação e visibilidade de projectos de referência nesta área;
iv) discutir o quadro de políticas públicas (locais e nacionais);
v) criar pontes entre países onde esta temática esteja a merecer particular atenção (da Ibéria e da América Latina)
Se desejar participar inscreva-se aqui
http://industriasculturaisecriativas.blogs.sapo.pt/
http://groups.google.com/group/industrias-culturais-e-criativas
publicado por JCM às 14:20 | comentar | favorito
12
Jul 11

'Civic Limits: How much more involved can people get?'

Relatório produzido pelo Think Tank britânico ResPublica sobre os limites do envolvimento da sociedade civil
O documento pode ser lido aqui
'Civic Limits: How much more involved can people get?'
[link] http://www.respublica.org.uk/articles/civic-limits-how-much-more-involved-can-people-get
[pdf] http://www.respublica.org.uk/sites/default/files/Civic%20Limits.pdf
publicado por JCM às 10:01 | comentar | favorito
11
Jul 11
11
Jul 11

'Reabilitar as cidades não custa nada!' (Público)

sugestão de Pedro Matos

 

Uma das ideias vencedoras do concurso da Gulbenkian "Ideias de Origem Portuguesa"

 

publicado por JCM às 16:57 | comentar | favorito
07
Jul 11
07
Jul 11

plataforma de discussão electrónica sobre o tema das 'indústrias culturais e criativas'

CONVITE PARA LISTA DE DISCUSSÃO ELECTRÓNICA SOBRE 'INDÚSTRIAS CULTURAIS E CRIATIVAS'

O tema das 'indústrias culturais e criativas' tem vindo a ganhar uma crescente importância a nível nacional e internacional. Como sinal desse interesse foram organizados recentemente em Portugal um conjunto de eventos de âmbito internacional [conferência 'Creative Clusters - Creative Footprint' (*) organizada pela CM de Óbidos no âmbito da Rede Urbact; evento Portugal Criativo promovido pela ADDICT e Fundação da Juventude] que mostraram, de uma forma clara, a relevância e a pertinência da partilha de conhecimento e experiências sobre o tema (numa perspectiva abrangente e de ligação com apostas complementares) e a necessidade de assegurar o funcionamento de espaços transversais de diálogo que juntem decisores, investigadores, agentes do sector cultural e criativo e comunidades locais.

A mailing-list de reflexão sobre o 'sector cultural e criativo' (https://groups.google.com/group/industrias-culturais-e-criativas/) surge na sequência desses eventos e de um conjunto alargado de outras actividades técnico-científicas (anexo 1 - ver aqui http://industriasculturaisecriativas.blogs.sapo.pt/) e pretende dar um pequeno contributo para: i) ajudar a aprofundar a reflexão sobre o potencial das actividades do 'sector cultural e criativo'; ii) avaliar as diferentes dimensões e implicações territoriais, sociais e económicas e políticas; iii) assegurar um espaço para a divulgação e visibilidade de projectos de referência nesta área; iv) discutir o quadro de políticas públicas locais e nacionais; v) criar pontes com países onde esta temática esteja a merecer particular atenção (sobretudo entre Portugal, Brasil e Espanha);

A presente iniciativa irá ser moderada e dinamizada por um grupo de especialistas e investigadores (anexo 2 - ver aqui http://industriasculturaisecriativas.blogs.sapo.pt/) e está aberta à participação de todos os interessados. Se desejarem inscrever-se nesta lista poderão fazê-lo directamente no site ou enviando uma mensagem para o endereço industriasculturaisecriativas@gmail.com com a referência 'mailing-list'.
publicado por JCM às 08:40 | comentar | favorito
05
Jul 11
05
Jul 11

Às voltas com a Cidade (artigo de opinião - Público)

Às voltas com a Cidade

Por José Sarmento de Matos

É com alguma frequência que surge, seja em publicações, seja em itens de colóquios, conferências ou actividades quejandas, nas quais se juntam sempre umas meias-dúzias de pessoas para elucubrarem sobre a problemática moderna dos aglomerados urbanos, a expressão que, de tão gasta, se vai tornando quase indispensável, cuja é: PENSAR A CIDADE.

Em boa verdade, sempre me intrigou o sentido subjacente a esta expressão, nem que seja pela indiscutível boa-vontade dos proponentes, empenhados, sem dúvida, em contribuir para o sucesso feliz dos centros onde lhes calhou habitar. Em boa verdade, fica-se com a ideia, por certo errada, que há quem admita que a cidade é qualquer coisa que se pensa de uma só vez, brotando, qual nenúfar em flor, do lago plácido da crosta daTerra, implantada por artes mágicas nas mais díspares localizações do planeta.

Nesta locução, a CIDADE é um conceito eminentemente abstracto, sujeito a ser pensado pela vontade acrisolada daqueles que se preparam para tal exercício cansativo, resultante de um acto fundador que lhe moldou para sempre as condicionantes vivenciais. Por isso, o que resta fazer é PENSAR a melhor forma de nos ajeitarmos a essas mesmas condicionantes, procurar o caminho estreito para se sair do imbróglio labiríntico em que nos meteram.

Os anos já dilatados que levo de me debruçar sobre a história de Lisboa ensinaram-me, pelo menos para já, duas coisas fundamentais. Em primeiro lugar, a Cidade não é passível de ser abordada como qualquer forma de conceito, muito menos abstracto, pois o maior fascínio de cada uma delas consiste exactamente na impossibilidade congénita de transpor experiências ou confrontar realidades. Cada cidade é um caso muito específico, sendo goradas ao insucesso quaisquer tentativas de teorizar em esquema sobre o conceito. É certo que todas têm ruas, casas e gente, palácios, hotéis e bordéis, restaurantes, cafés e esplanadas; mas essa similitude esgota-se na epiderme urbana, pois os caminhos ínvios, quantas vezes milenares, que conduziram a essa aparente uniformidade condicionam de tal forma a vivência profunda dessas realidades que o observador mais despreocupado distingue sem grande dificuldade - quase até só pelos cheiros ou os tiques dos habitantes - quando está em Lisboa, Roma, Paris, Nova Iorque ou Xangai. Qual será o resultado dos esforços de dois maduros cidadãos, um lisboeta e o outro de Xangai, se entregarem na boa à atitude positiva de PENSAR A CIDADE, a partir naturalmente das suas próprias experiências concretas? Uma trapalhada, e, por mais que se esforcem, os trilhos projectados nunca se encontrarão.

A outra coisa de que tomei forte consciência é o condicionalismo geográfico em que cada cidade nasceu e cresceu, ganhando, como alicerce estrutural do pensamento, a ideia que história sem geografia é outra modalidade de exercício abstracto sem qualquer sentido. Imagine-se Lisboa sem o Tejo, Paris sem a fertilidade pujante da sua Île-de-France ou Londres sem o carácter ímpar de capital de uma ilha. Todos estes detalhes, alguns por vezes que só se descobrem ao fim de muitos anos de lupa em punho, condicionam de tal forma a vida das pessoas que se juntaram naquele local preciso, que a sua gastronomia, o seu trabalho ou os seus lazeres estão intimamente ligados à idiossincrasia do local como às disponibilidades que a água ou a terra disponibilizam.

Quando aqui há uns tempos se discutia apaixonadamente a localização do cais de contentores em Alcântara, isto só para dar um exemplo, pensava com os meus botões que aquela gente que se agitava tão veementemente contra não fazia a menor ideia que no dia em que Lisboa deixar de ser um activo porto de mar - o maior da faixa atlântica da Europa, é bom não esquecer - se condenará a uma agonia lenta, talvez muito linda para a vista dos prédios da colina ou para o desfile contínuo dos camiões turísticos entre os escombros das actividades que de facto lhe instilaram vida e lhe alimentaram a alma. Talvez então esse grupo animado de pessoas, com os pezinhos a chapinhar na água, se entregue ao supremo exercício imaginativo de PENSAR A CIDADE.

Olissipógrafo
publicado por JCM às 09:53 | comentar | favorito