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Nov 14

PENSAR O FUTURO DA ECONOMIA E DO PAÍS, A PARTIR DAS CIDADES

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http://estadosocial.blogs.sapo.pt/pensar-o-futuro-da-economia-e-do-pais-a-88404

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25
Set 12

Política de cidades, economia e território (artigo de opinião de Paulo Neto)

Política de cidades, economia e território

Por Paulo Neto

http://jornal.publico.pt/noticia/25-09-2012/politica-de-cidades-economia-e-territorio-25305862.htm

Em 1400, Portugal olhou para o seu território, considerou-o demasiado pequeno para a dimensão das suas ambições e procurou expandi-lo pelo mundo. Ao fazê-lo, não só criou um império demasiado grande para ser possível governar, como essa opção o levou, várias vezes, a questionar a própria localização do seu epicentro territorial. No período de migração da corte para o Brasil no século XIX, e nos anos 50 do século passado, em outros exemplos, Portugal equacionou transferir, respectivamente, a sua capital para o Brasil e para Angola, sendo que, se o tivesse feito, Portugal seria hoje provavelmente um país da América Latina ou de África.

Nenhum outro país, de entre aqueles que tiveram experiências coloniais semelhantes à nossa, alguma vez questionou qual era o seu território-base. Portugal, sim. E talvez por isso mesmo, este país que empreendeu um projecto de expansão ultramarina que o levou a construir grandes cidades e infra-estruturas pelo mundo secundarizou, e muitas vezes pôs em causa, o seu próprio território de origem, e as suas necessidades de desenvolvimento, em virtude de não o tomar como prioritário. Esta realidade explica, em muito, o que é hoje o modelo de estruturação e organização espacial de Portugal e a forma como este evoluiu.

A partir do final dos anos 70 do século XX, Portugal voltou-se de novo para o seu território. E com o apoio do financiamento decorrente do processo de integração europeia que então iniciava, desenvolveu um conjunto de vagas de infra-estruturação ao nível do saneamento básico, da saúde, da ciência e da educação, da administração, e das acessibilidades e transportes. Mas, muita da rede urbana e do modelo de organização espacial do país já estava formatado por séculos de orientação ultramarina e de dúvidas sobre onde seria o futuro de Portugal. E a sua economia e as suas cidades resultaram pequenas e frágeis, sem escala, quando comparadas com muito do que Portugal realizou em vários continentes. 

Nos últimos 30 anos, Portugal tentou recuperar do seu processo histórico. Reorientou-se para a Europa e quis ser europeu. E num contexto de abundância orçamental possível pelo apoio da Política de Coesão da União Europeia, foi sistemática a preocupação nacional com a requalificação dos espaços urbanos, com a revitalização dos centros históricos, com a regeneração de espaços desqualificados, e com a infra-estruturação física, económica, cultural e tecnológica, generalizada, das cidades. 

Uma aposta na crescente e rápida urbanização do país, sem ter por base opções claras relativamente ao lugar, e ao papel, que se ambicionava para cada centro urbano no conjunto da rede urbana nacional, e sem salvaguardar mínimos de articulação entre as estratégias para a economia e as estratégias para o território. Uma abordagem assente na ausência de coordenação nacional, regional e inter-regional, em matéria de política de cidades e, por isso mesmo, geradora de novos mecanismos e dinâmicas acrescidas de concorrência e disputa de natureza intermunicipal, obstaculizando a afirmação de soluções alternativas de complementaridade e especialização. E também muito permissiva à sistemática opção pela reprodução mimética das mesmas soluções, um pouco por todo o território, com importantes consequências no que diz respeito à degeneração da especificidade e identidade de muitas cidades e lugares. 

As cidades portuguesas, ou pelo menos partes importantes dos seus territórios, estão, por isso, a ficar cada vez mais iguais. Mais iguais quanto ao conjunto e tipologia de infra-estruturas e equipamentos que têm e que ambicionam ainda vir a ter; ao referencial de ideal de cidade pelo qual orientam os seus processos de decisão; às abordagens de requalificação dos espaços urbanos que vão adoptando e que contribuem para a uniformização das paisagens urbanas, quer do ponto de vista estético e arquitectónico, quer quanto ao modo de definir as funcionalidades para os lugares e os modos de vivência que procuram assegurar; aos sectores económicos em que procuram assentar as suas estratégias; e à aposta em modelos de desenvolvimento quase exclusivamente centrados em actividades económicas associadas ao imobiliário, ao turismo ou à cultura e património, frequentemente ancoradas em iniciativas de durabilidade e sustentabilidade não- garantida, e que reforçam o processo de indiferenciação das condições de atractividade e especialização de muitas cidades portuguesas. 

Assim foi o passado. E o futuro? Como queremos que seja?

 

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21
Ago 12

Improvisar uma utopia com Evan Parker no meio das montanhas (Público)

Durante uma semana, Pedrógão Pequeno foi palco de uma residência dirigida pelo histórico saxofonista Evan Parker. O crítico de jazz Nuno Catarino acompanhou os trabalhos neste "lugar quase mágico"


http://jornal.publico.pt/noticia/20-08-2012/improvisar-uma-utopia-com-evan-parker-no-meio-das-montanhas-25101485.htm

Uma pequena utopia musical a poucos quilómetros do centro geodésico do país, na vila de Pedrógão Pequeno. Um grupo de 17 músicos portugueses ligados ao jazz e à improvisação trabalhou diariamente sob as ordens do saxofonista inglês Evan Parker, num lugar rodeado por um imenso verde e montanhas gigantes, com o rio Zêzere e a Barragem do Cabril em fundo. 

Para além das longas horas de estudo e de preparação, houve tempo para apresentações públicas ao longo da semana e a residência artística, integrada no X-Jazz - Ciclo de Jazz das Aldeias do Xisto, que só termina no fim do ano e ainda vai levar concertos a várias povoações do interior centro -, culminou com um concerto do colectivo, no sábado à noite, na Casa da Cultura da Sertã.

No estrado da Filarmónica

Entre terça-feira e sábado, os músicos estiveram reunidos na Sociedade Filarmónica Aurora Pedroguense, com horários predefinidos que iam sendo marcados pelas badaladas do sino da igreja que fica mesmo em frente. Na sala principal, sobre um pequeno estrado, estava a cadeira de Evan Parker, um dos fundadores da livre improvisação europeia, histórico saxofonista, uma das mais relevantes figuras pós-Coltrane (brilhante no sax tenor e soprano) e que recentemente passou pelo festival Jazz em Agosto, em Lisboa.

O veterano Parker, que além de instrumentista tem uma larga experiência na direcção deensembles, teve aqui o desafio de orientar e aperfeiçoar uma música que vive na liberdade, improvisada. A aparente contradição foi trabalhada com os músicos através de vários exercícios, obrigando-os a sair da sua zona de conforto, explorando o espaço e fomentando a comunicação.

Para Parker, o trabalho foi evoluindo bem, já que todos seguiram as suas sugestões "de forma muito positiva", mas nem por isso o velho improvisador deixou de reconhecer que nem tudo foi fácil: "A principal dificuldade foi desenvolver uma consciência de grupo. São muitas pessoas a trabalhar uma música aberta e leva algum tempo para se chegar a um entendimento."

Apesar das dificuldades, o entusiasmo era generalizado entre os músicos. O sorriso de Luís Vicente, trompetista lisboeta, membro dos Farra Fanfarra e mentor de diversos projectos, espelhava o seu contentamento. "Estou a adorar, a aprender imenso, e é uma honra poder desfrutar destes dias com um mestre do jazz e da música improvisada", diz. O trompetista salienta ainda a importância de aplicar estes ensinamentos no que fizer daqui para a frente: "Vou transportar isto para a maneira de tocar, para a maneira como vou pensar a música".

O saxofonista João Martins, membro de grupos como Space Ensemble, Lost Gorbachevs ou F.R.I.C.S., destaca a forma "honesta e produtiva" como Parker dirigiu a residência, fazendo com que cada um pensasse sempre muito bem no que estava a fazer e em formas de o melhorar. "Ele consegue dizer-nos que o que estamos a fazer não está à altura das suas expectativas, e que nem devia estar das nossas, mas consegue dizê-lo de uma forma que, em vez de nos deitar abaixo, nos lança para a frente. No meio da improvisação é refrescante ter um trabalho em que as pessoas têm disponibilidade, frontalidade e honestidade para dizer o que pensam sem receio de ferir susceptibilidades", reconhece.

João Lobo, baterista que hoje vive em Bruxelas, tendo já integrado o quinteto do célebre Enrico Rava, subscreve a relevância de trabalhar com Parker, acrescentando que esta foi também uma oportunidade para ficar a conhecer músicos com quem nunca se tinha cruzado, o que abriu as portas a futuras colaborações. 

Ter esta residência artística afastada da azáfama urbana, num cenário paradisíaco, foi para todos uma condição determinante para o sucesso. Vicente fala de Pedrógão Pequeno como "sítio inspirador", um "espaço ideal" que potencia a concentração. O director artístico Evan Parker concorda: "É um lugar muito especial, com as montanhas e o rio, é um ambiente perfeito para o nosso trabalho. Temos todas as condições para desenvolver a nossa música. É uma coisa utópica!".

Música e não só

Os músicos não foram os únicos privilegiados com esta residência promovida pelo Jazz ao Centro Clube em colaboração com a Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto. Isto porque a música também chegou directamente aos moradores da vila. 

Uma das apresentações ao vivo foi feita no Moinho das Freiras, um inesperado palco natural à beira do Zêzere, um lugar quase mágico, rodeado de vegetação, com pouca luz e a ligação a um grande túnel escavado na rocha. Na margem actuou um grupo de cordas (viola de arco, guitarra acústica, violoncelo, harpa e dois contrabaixos) e, no momento em que o concerto estava a chegar ao fim, começou a ouvir-se ao longe um estranho som: um grupo de sopros e percussões atravessava o túnel numa espécie de marcha solene até chegar à zona do "palco", fundindo-se com as cordas num final épico de uma noite que abriu com a banda da filarmónica da vila, que também quis juntar-se à festa.

Mas nem só de música e de músicos se fez a residência com Parker. O projecto inclui outras áreas da criação. Todas as actividades foram gravadas em áudio e vídeo, com a colaboração do técnico de som João P. Miranda, do Centro de Estudos Cinematográficos da Universidade de Coimbra e da dupla Walk Talk, estando prevista a realização de um documentário. O fotógrafo Nuno Martins esteve a fazer o registo permanente, não apenas dos momentos musicais, mas também dos informais - as suas imagens serão usadas numa reportagem a publicar na revista jazz.pt. Numa outra parceria, desta vez com a editora e associação de BD Chili com Carne, o ilustrador André Coelho retratou os músicos e daí deverá sair uma banda desenhada.

Para Nuno Martins, habituado a capturar imagens a partir do palco, esta foi "uma experiência única". Mais do que registar músicos a tocar, o fotógrafo quis "dar, através de pequenos detalhes, um vislumbre daquilo que aconteceu", a partir de uma forte empatia que, diz, surgiu muito naturalmente mal chegou a Pedrógão Pequeno. 

Para "promover o encontro e a interacção entre as pessoas", a artista plástica Rita Frazão trabalhou em duas vertentes: fez retratos dos músicos enquanto tocavam e recolheu elementos tipográficos da vila para depois fazer uma intervenção numa velha mesa de madeira usada para refeições e festas da filarmónica. 

Coisa boa para a terra

Nesta residência, que foi o mais importante evento do X-Jazz, sobrou ainda tempo para a descontracção, depois de cumpridas, é claro, as obrigações musicais. Entre mergulhos na piscina, "imperiais" ao fim da tarde, passeios pela vila e pelos trilhos da montanha e um ocasional medronho num dos cafés da região, os participantes pareciam viver em permanente estado de felicidade, o que se reflectiu na música produzida.

Como seria de esperar num lugar pacato como Pedrógão Pequeno, os habitantes da vila não ficaram indiferentes a toda esta animação. Atrás do balcão da mercearia, Ana Paula não percebe muito bem o que aquela gente toda andou por ali a fazer, mas fica contente que se fale na terra. No pequeno café, a vinte passos da filarmónica, sentiu-se o rebuliço, diz Arménio, que tirava dezenas de bicas sempre que havia um intervalo nos trabalhos. "Isto é uma coisa boa para a terra. Deviam fazer mais vezes."

O futuro parece querer fazer-lhe a vontade. A organização diz que a residência não se encerra com o concerto de sábado: "O trabalho com Parker tem de ter continuidade", defende Pedro Rocha Santos, presidente do Jazz ao Centro, abrindo a possibilidade de apresentar este projecto em festivais no estrangeiro, mas também de voltar a juntar o grupo de músicos para uma nova temporada com o saxofonista em Portugal.

"Estou muito contente por estar aqui e por vos conhecer a todos", disse o britânico no arranque da residência. "E não faço ideia daquilo que irá acontecer." Quando, na noite de sábado, os músicos subiram ao palco da Casa da Cultura da Sertã para o concerto final continuavam sem saber. Mas naquele momento todos tinham à disposição um conjunto alargado de novas ferramentas. E a vila estava lá para os ver.

 

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10
Ago 12

A revitalização das cidades e a cultura (artigo de opinião de José Jorge Letria)

A revitalização das cidades e a cultura

Por José Jorge Letria

http://jornal.publico.pt/noticia/10-08-2012/a-revitalizacao-das-cidades-e-a-cultura-25049620.htm

Basta ver a forma como os londrinos integraram William Shakespeare no circuito turístico-cultural que rodeia os Jogos Olímpicos para se perceber até que ponto a cultura pode contribuir para que uma grande cidade atraia públicos diversificados e alargue os horizontes e interesses de quem a visita por razões predominantemente desportivas. Mas também se poderia falar de Charles Dickens e do modo como está a ser comemorado em Londres o bicentenário do seu nascimento.

A verdade é que não é preciso dar como referência esta Londres olímpica para se demonstrar aquilo que é um facto há muito adquirido. Articulada de forma criativa e apelativa com a oferta turística, a cultura cria riqueza, emprego e fortalece as identidades locais, regionais e nacionais.

Outro exemplo a ter em conta é o de Genebra, que comemora da forma discreta que caracteriza tudo que os suíços fazem os 300 anos do nascimento do filósofo Jean-Jacques Rousseau, ao mesmo tempo que reforça o interesse dos visitantes pelo CERN, onde a descoberta da "partícula de Deus" reabriu o debate cada vez mais actual sobre a relação entre ciência e religião e sobre o modo como o infinitamente pequeno confrontado com o infinitamente grande nos deve levar a repensar muitas ideias feitas sobre a origem do Universo.

Mas voltemos a Rousseau, cujo contributo para modificar as concepções relacionadas com a organização da sociedade, com o papel da educação e com a própria ideia de revolução veio marcar toda a evolução do pensamento filosófico. Genebra celebra a obra e a vida desse ilustríssimo conterrâneo com uma grande exposição repartida por três espaços nobres da cidade que, sob o título genérico Vivant ou Mort, põe em destaque a relação do autor de O Contrato Social com os seus amigos e inimigos, mas também o egoísmo e a misoginia que marcaram a sua existência como homem e o levaram a abandonar os cinco filhos cuja paternidade nunca negou. Grandezas e misérias das grandes figuras da humanidade.

A avaliar pelo número de eventos promovidos em torno desta comemoração e pela quantidade de visitantes, poderá afirmar-se que Rousseau está ajudar Genebra a sentir ainda menos a crise que aflige tantas outras cidades desta Europa atormentada por crescentes incertezas e temores.

Mas, na mesma linha de pensamento, poderá dizer-se que Lisboa, à semelhança do que tem feito com reconhecido êxito Dublin com nomes como James Joyce ou Oscar Wilde, entre outros, tem condições para tirar muito mais partido da crescente popularidade internacional de Fernando Pessoa, escritor de génio que os turistas culturais procuram, nesse sossego desassossegado de quem gosta de encontrar nas cidades pelas quais se apaixona sinais que os remetem para os livros traduzidos que trazem na bagagem das suas descobertas e errâncias.

Há sempre mais a fazer quando se trata de colocar os pilares da cultura das cidades e dos países ao serviço da sua promoção internacional e da sua recuperação económica. Recentemente, o ministro do Património e da Herança Cultural da Irlanda revelou que cerca de 65% dos turistas que visitam a Irlanda o fazem movidos por interesses de índole cultural. Tendo-se presente estes factos e números, é forçoso reconhecer que esta Europa angustiada pela asfixia que a ditadura dos mercados financeiros lhe vai impondo deverá contar muito mais com a cultura para sobreviver, fornecendo a quem a cria e promove as condições materiais, fiscais, legislativas e organizativas para que esse desígnio seja cumprido para além da retórica mais ou menos circunstancial das boas intenções, que nunca chegaram para se ganhar o Céu.

 

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16
Jul 12

‘Fazer melhor com os recursos que temos’

‘Fazer melhor com os recursos que temos’ é uma provocação cívica para repensarmos as políticas públicas e a acção colectiva a nível local, nesta época de escassos recursos financeiros' 

José Carlos Mota

Mais informação:
http://www.facebook.com/FazerMelhorComOsRecursosQueTemos

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24
Abr 12

‎"Desafios da Governação das Cidades no Século XXI"

‎"Desafios da Governação das Cidades no Século XXI" 
http://www.eixoatlantico.com/libros/retos/.

 

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15
Abr 12

Identidade e Marketing de Cidades

A "FARO 1540", vai promover no dia 20 de Abril (6ª feira), por volta das 21h30, no Salão Nobre da Sociedade Recreativa Artística Farense mais uma edição das conferências “Cidades pela Retoma”, desta feita dedicado ao tema da Identidade e Marketing de Cidades. A entrada é livre! Mais info: www.faro1540.org

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18
Jan 12

'mapa-mundo da cidadania pelas cidades’

More than eighty (80) civic organizations & initiatives on the 'city civic world-map

Más de ochenta (80) organizaciones & iniciativas cívicas en el ‘mapa mundial de la ciudadanía en las ciudades’

Mais de oitenta (80) organizações & iniciativas cívicas no ‘mapa-mundo da cidadania pelas cidades’

 

http://www.globalcitynetwork.org   

https://www.facebook.com/groups/CityCivicMovements

https://twitter.com/#!/GlobalCity20

globalcitytwopointzero@gmail.com

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03
Jan 12

pelo ‘crescimento e emprego'

Na sequência das recentes palavras do presidente da república, apelando à necessidade de uma ‘estratégia europeia (e nacional) de promoção do crescimento económico e do emprego’ e à necessidade de olharmos para a ‘crise que Portugal atravessa como uma oportunidade para nos repensarmos como País’, e na falta de reflexão e mobilização interna (não deveria ser esta uma das prioridades da ‘intelligence’ nacional?), talvez valha a pena olhar para algumas experiências que outros andam (lá fora) a fazer.

Partilho convosco duas interessantes iniciativas.

Uma primeira iniciativa, desenvolvida muito recentemente pelo governo inglês, sobre a promoção do desenvolvimento económico em áreas rurais - o programa ‘Rural Growth Network Pilots’ (http://www.info4local.gov.uk/documents/publications/2059312 & http://www.defra.gov.uk/publications/files/pb13697-ruralgrowthnetwork-guidance.pdf). De acordo com o programa serão seleccionados seis projectos-piloto para serem desenvolvidos e testados diferentes modelos de promoção do desenvolvimento económico sustentável em áreas rurais. Interessante abordagem, com espaço para a experimentação e posterior replicação com as devidas aprendizagens.

Uma segunda iniciativa, esta do governo dinamarquês, o Global Green Growth Forum (3GF) (http://um.dk/en/politics-and-diplomacy/global-green-growth-initiative/), que visa explorar e demonstrar como a colaboração entre diferentes agentes (empresários, expertise e administração pública) pode realizar de forma efectiva o potencial de crescimento da transição para uma economia verde.  Num dos projectos deste fórum - Climate Consortium Denmark - lá constam as ‘smart cities’ como um dos domínios prioritários de aposta (http://www.stateofgreen.com/InFocus/Smart-Cities). Interessante o espaço para a colaboração entre parceiros com interesses comuns, também num espírito de experimentação (e demonstração), e o alinhamento com a Agenda Europa 2020 (http://ec.europa.eu/europe2020/index_en.htm). Estas experiências ganham particular relevo pelo facto da Dinamarca ter, neste momento, a presidência da União Europeia (http://eu2012.dk/en/EU-and-the-Presidency/About-the-Presidency/Program-og-prioriteter).

Que estes exemplos nos inspirem e mobilizem para um verdadeiro (e urgente) exercício de reflexão e acção pelo ‘crescimento e emprego’!

Desejo a todos um activo e empenhado ano de 2012.

JCM

 

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24
Dez 11

festas

Caríssimos

Desejo-vos umas festas felizes e boas entradas.

Aproveitemos o arranque de 2012 para pensar o futuro (*)

Abraço

José Carlos Mota

 

(*1)

O futuro das cidades – Cidades pela Retoma e Transição 

https://www.facebook.com/groups/cidadespelaretoma/

http://noeconomicrecoverywithoutcities.blogs.sapo.pt/

(*2)

Pensar o futuro – Aveiro em 2020

https://www.facebook.com/groups/ideiaslowcostcidades/

http://aveiro2020.blogs.sapo.pt/

(*3)

O futuro do planeamento – Collaborative Planning

https://www.facebook.com/groups/collaborativeplanning/

(*4)

O futuro da economia, território, cultura e criatividade – ‘Rede Ibero-americana 'Comunidades, Territórios & Economia Cultural e Criativa’

https://www.facebook.com/groups/TerritorioCriativo/

http://industriasculturaisecriativas.blogs.sapo.pt/

(*5)

O futuro dos movimentos cívicos – Global City 2.0

https://www.facebook.com/groups/CityCivicMovements/

http://www.globalcitynetwork.org/


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19
Dez 11

novo site Global City 2.0

Como decerto recordarão o projecto 'GLOBAL CITY 2.0' pretende constituir-se como uma REDE INFORMAL DE ‘MOVIMENTOS CÍVICOS DE CIDADE’ e um ESPAÇO DE REFLEXÃO sobre o POTENCIAL DESTAS FORMAS EMERGENTES DE ‘DEMOCRACIA DE PROXIMIDADE’ para transformar as cidades e a vivência urbana no seu todo.

Relembramos que esta é uma iniciativa desenvolvida pelo movimento 'Cidades pela Retoma' (http://noeconomicrecoverywithoutcities.blogs.sapo.pt/ & https://www.facebook.com/groups/cidadespelaretoma/ &  https://www.facebook.com/CidadespelaRetoma) em parceria com um conjunto de instituições/organizações  de Portugal, Brasil, Espanha, Argentina, Itália, Reino Unido, Estónia, Israel, Austrália e Estados Unidos envolvendo uma rede de investigadores, profissionais e demais cidadãos interessados.

Após alguns meses de trabalho temos o prazer de vos convidar a visitar o novo site do projecto (http://www.globalcitynetwork.org/) desenvolvido em regime de voluntariado pela empresa Ponto C de Aveiro (https://www.facebook.com/pontoc.volunteer). Convidamo-lo a inscrever a sua organização no ‘mapa mundo da cidadania pelas cidades’ e a enviar notícias de eventos ou actividades relevantes que entendam pertinente divulgar.

Para mais informações solicitamos o contacto através do email cidadespelaretoma@gmail.com.

 

 

Global City 2.0

Site http://www.globalcitynetwork.org/

Blogue antigo http://globalcity.blogs.sapo.pt/

grupo no Facebook https://www.facebook.com/groups/CityCivicMovements/

 

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12
Dez 11

A aposta nas cidades

A complexidade do momento em que vivemos e as dificuldades que temos de enfrentar exigem que nos distanciemos um pouco da agenda actual de discussão (centrada excessivamente na discussão da dívida) e que enquadremos a reflexão numa visão holística que problematize futuros possíveis e caminhos e passos necessários para os atingir.

Nesse particular, a União Europeia, no meio da turbulência conhecida, tem vindo a discutir uma agenda europeia para o crescimento - 'Europa 2020' (http://ec.europa.eu/europe2020/index_pt.htm), documento que tem sido objecto de amplo debate na maior parte dos países europeus.

Estranhamente, esta matéria não tem tido qualquer relevância em Portugal quer na agenda de debate político, quer mediático, algo difícil de perceber atendendo à importância das opções que aí se discutem para o futuro do país e para eventuais apoios financeiros europeus para o período 2013-2020.

Das várias questões que a agenda ‘Europa 2020’ aborda emerge a importância da aposta em políticas de desenvolvimento de base territorial, com particular enfoque para o papel das cidades, ideia corroborada no evento OpenDays 2011 (http://ec.europa.eu/regional_policy/conferences/od2011/index.cfm) e na recente reunião da Presidência Polaca da UE (http://www.mrr.gov.pl/english/Presidency/Main/Strony/Future_of_Cohesion_Policy_the_future_of_Europe_conferences_in_Poznan.aspx).

Vários países europeus estão a preparar este enfoque nas cidades com particular cuidado. Por exemplo, esta semana, o Reino Unido lançou um documento designado ‘Unlocking growth in cities’ onde se reconhece o papel das cidades como motores de crescimento económico e, ao mesmo tempo, se exige um novo papel do poder local para uma resposta qualificada aos desafios em presença (http://www.communities.gov.uk/publications/regeneration/growthcities).

Em Portugal são contraditórios os sinais sobre o reconhecimento do papel e potencial das cidades (e da governança local) na resposta aos desafios que o país enfrenta.

Por um lado, os poderes públicos nacionais reconhecem a sua importância, pois têm em execução um plano de investimento de mil milhões de euros através do instrumento ‘Parcerias para a Regeneração Urbana’ http://politicadecidades.dgotdu.pt/). Por outro, os agentes económicos alertam para o seu papel fundamental na atracção do investimento directo estrangeiro (ver estudo recente da consultora Ernst & Young ‘Portuguese Attractiveness Survey 2011' http://www.greensavers.pt/2011/12/11/portugal-tem-de-apostar-nas-cidades-para-atrair-mais-investimento-directo-estrangeiro/). Por último, a sociedade civil tem-se vindo a organizar para reflectir e sugerir caminhos alternativos (o movimento ‘Cidades pela Retoma’ tem feito várias sugestões nesse sentido - http://noeconomicrecoverywithoutcities.blogs.sapo.pt/).

Contudo, ao mesmo tempo, existem sinais preocupantes. Por um lado, a orgânica governativa não reconhece a relevância da matéria, tendo deixado de haver uma referência explícita à tutela das cidades, encontrando-se esta diluída num ‘mega ministério’ que conta com a agricultura, o mar, o ambiente e o ordenamento do território. Por outro, o debate sobre o futuro do poder local, onde se deveria discutir os desafios da governança local e o papel crescente das cidades (http://www.portugal.gov.pt/pt/GC19/Documentos/MAAP/Doc_Verde_Ref_Adm_Local.pdf) ignora a maior parte destas questões centrando a sua energia em propostas de nova geometria e a geografia das freguesias. Por último, e talvez o dado mais relevante, existe o receio do investimento público da Política de Cidades (mil milhões de euros, insisto) não estar a ser devidamente aplicado e poder ser, uma vez mais, dirigido para apoiar a construção de infra-estruturas e não para dotar as cidades das ‘qualidades imateriais’ necessárias aos desafios do futuro.

Como se pode constatar Portugal tem neste tema das cidades uma oportunidade relevante para encontrar alguns caminhos para construir uma narrativa diferente para o seu futuro. Como em tantas outras situações o que irá fazer a diferença entre as boas intenções e a sua concretização é a arte que tivermos para alinhar esforços, dinâmicas e vontades. Espera-se dos poderes públicos (nacionais e locais) que liderem este caminho com uma postura colaborativa, sólida e credível, mobilizado os múltiplos saberes científicos, empreendedores, produtivos e cívicos em torno deste desígnio nacional – a aposta nas cidades como motoras do desenvolvimento e crescimento.

José Carlos Mota

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11
Dez 11

Cidades pela Retoma no Cidadania 2.0

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07
Dez 11

Uma agenda pela qualificação das cidades

Tomo a liberdade de partilhar convosco um pequeno contributo que produzi para um debate sobre o futuro da cidade de Aveiro ('Que centro para Aveiro?') mas que julgo poder ser útil para uma reflexão mais alargada sobre o papel das cidades neste momento complexo em que vivemos.

Como principal argumento defendo a necessidade de alinhar o esforço de qualificação do(s) centro(s) da cidade de Aveiro com a agenda europeia para o crescimento (Europa 2020), que irá determinar o acesso aos fundos estruturais 2013-2020, e com o desenvolvimento de um exercício de experimentação colaborativa, mobilizadora dos cidadãos, dos actores locais e das instituições e organizações relevantes, em torno de cinco temas chave e de iniciativas de baixo-custo e alto-impacto.

JCM


http://amigosdavenida.blogs.sapo.pt/693489.html.

 

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21
Out 11

Bravo, Mouraria! (texto de João Seixas, publicado no jornal Público)


Assisti com vivo prazer ao anúncio das propostas vencedoras do Orçamento Participativo (OP) de Lisboa para 2011/2012. Dezoito mil pessoas votaram em 228 projectos propostos pelos mais variados cidadãos e colectivos da cidade, de associações de moradores à própria Universidade.

O projecto mais votado intitula-se ‘Há vida na Mouraria’. Como dizia a reportagem do Público, “não é fácil traduzir a proposta”, pois “define-se como um projecto de acção social mas não se conhecem bem as suas fronteiras”. Mas o facto de este projecto ter ficado em primeiro lugar no OP é uma notícia extraordinária para a cidade. Por múltiplas razões. Porque este foi construído numa conjugação de ideias vindas de mais de 20 diferentes agentes – associativos, públicos e privados, Juntas de Freguesia, a própria Câmara Municipal que ajudou à integração. Porque surge de uma estratégia prévia colectivamente discutida (o Plano de Desenvolvimento Comunitário da Mouraria), bem como de propostas de cidadãos comuns. Porque o projecto tem ambições de chegar ao colectivo sem necessitar de se ancorar numa ‘grande obra’ (um pavilhão, uma piscina, uma estátua), antes se manifestando nos quotidianos de cada habitante e passeante. Porque este é um bairro cujas principais características passam por uma conjugação de grande diversidade e riqueza humana com precariedade urbana, mostrando uma força cívica maior que a larga maioria dos bairros mais qualificados da cidade.

O projecto propõe acções e programações muito concretas, que incentivarão à melhoria das relações interpessoais e à valorização do património imaterial do bairro. Envolvendo as suas gentes, desenvolvendo actividades e empregos, atendendo à inclusão dos mais desfavorecidos, formando conhecimentos e saberes. O projecto atende a novas vivências urbanas e a uma nova cultura de associativismo e de cidadania, aproximando os espaços de cada indivíduo dos espaços da cidade para, com actividades múltiplas e com muita cor, fazer comunidade.

O OP existe em Portugal há diversos anos, do Algarve ao Minho; mas são ainda poucos os territórios que o desenvolvem. Pelo mundo fora, tem sido motor de milhares de processos de criação e de envolvimento, alicerçando comunidades. Sustentando as incríveis energias que há nas cidades, quando os laços fracos se tornam mais fortes, através de projectos mais colectivos e mais democráticos. Conciliando a administração com a cidadania, e alargando fronteiras da própria política, portanto.

Temem os críticos que o OP debilite a responsabilidade de governar, colocando o poder na rua. Parece-me bem o contrário: o OP acrescenta motivação cívica e capacidade de acção à cidade, ao mesmo tempo que aproxima e responsabiliza e aproxima mais as administrações. E com exemplos tão bons como este da Mouraria, diria mesmo que multiplica a qualidade da governação e a qualidade da cidadania, dos direitos e deveres de ambos.

Isto parece-me pão quente para a faminta boca da nossa sociedade nestes tempos de crise; de crise da própria confiança e democracia. O nosso futuro será sem dúvida melhor se em cada bairro, em cada cidade, conseguirmos construir, através de uma série de princípios e direitos de base (democracia, diversidade, abertura, responsabilidade) movimentos abertos e partilhados. Onde os diferentes agentes se sintam responsáveis por estratégias e projectos colectivos, assim se sentindo parte plena das dinâmicas da sua cidade e do seu bairro. Uma cumplicidade em constante metabolismo. 

Nos tempos que aí vêm – na verdade, nos tempos que já aí estão – vamos precisar muitíssimo deste sentido de comunidade. Do reconhecimento da força da junção de laços fracos – e laços diversos e diferentes, claro. Este exemplo vencedor, vindo justamente de onde há imensa diversidade, mostra como esta é central para a própria criatividade e evolução humana. Por tudo isto, bravo Mouraria!

João Seixas, Geógrafo

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O que eu preciso de saber sobre… AS CIDADES (texto de João Seixas, publicado na VISÃO)

O QUE É UMA CIDADE? A cidade é, provavelmente, seja ela Roma ou Tóquio, Tombouctou ou Lisboa, a mais complexa e colectiva realização humana alguma vez concebida na história. A cidade é uma construção contínua de habitats, de agrupamentos de populações num determinado espaço geográfico, onde ocorrem relações e intercâmbios da natureza mais diversa: bens, serviços, conhecimentos, simbolismos, afectos, política. Para tal, a cidade sustenta-se em estruturas físicas (de habitação, de circulação, de comunicação) e em redes de distribuição (de bens essenciais, de energia, de informação). Para tudo isto funcionar, a cidade exige valores e normas de habitabilidade, de relacionamento, de produção e de reprodução, de mobilidade.

As cidades são notáveis acumuladores de energia humana. Por isso provocam enormes externalidades, quer positivas, quer negativas. Daí o seu enorme fascínio, com suas luzes e sombras, e serem vistas e sentidas, em simultâneo, como horrendos infernos ou fabulosos édens. Daí serem chave das civilizações, de Atenas a Roma e de Nova Iorque a Xangai. Daí serem a chave da humanidade. As cidades são os grandes pólos vertebradores do planeta, os focos de irradiação cultural, os centros de inovação tecnológica, os motores da economia mundial, os leit-motivs de ficção e de utopia, os esteios da transformação social.

CIDADE, SOCIEDADE E POLÍTICA. Desde Platão que sabemos que a Polis – a cidade e a política – é, antes de tudo, a cidadania. E desde Aristóteles que sabemos que só nos tornamos verdadeiramente humanos através da participação e da acção na comunidade. A governação, a regulação e o exercício do urbanismo na cidade envolvem poder, território, organização e cidadania. Em democracia, a cidade exige uma governação sustentada em normas, valores e processos colectivos, não podendo deixar-se cair no simples favorecimento de interesses e de comunidades parciais.

De forma simples, poder-se-ão colocar por quatro grandes ordens de pensamento e de acção, os compromissos de desenvolvimento urbano: na forma da cidade, e nos dilemas entre compacidade e dispersão pelos territórios onde estas se estruturam; na funcionalidade da cidade, e nos dilemas entre complexidade e especialização; na coesão social, e nas escolhas entre integração ou segregação social; no seu reconhecimento e identidade, e no aprofundamento da nossa cumplicidade com ela, ou numa fragmentação cognitiva.

 

A CIDADE, HOJE E AMANHÃ. A condição urbana é hoje metáfora viva dos nossos paradoxos, dilemas e possibilidades. A maioria das cidades de hoje são meta-cidades ou mesmo hiper-cidades, estendidas as suas influências por vastas escalas e territórios espacio-relacionais e pelas mais diversas percepções de quotidianos, de sofrimentos e de oportunidades.

Nesta época fascinante, novas e magníficas oportunidades – de desenvolvimento, de inclusão e de justiça, de qualidade de vida – se podem formar e expandir. Em Faro, em Copenhaga ou em Nairobi. Como as consolidar? Com inteligência, estratégia e compromisso colectivo. Inteligência global, decerto, mas muita inteligência local, desde logo. O sucesso de cada polis dependerá, cada vez mais, de si própria, e em si própria. Re-identificando o indivíduo e a sociedade, com a cidade e tudo o que ela significa. Como escreveu Jorge Luís Borges, “a cidade impõe-nos o terrível dever da esperança”. E sobre o papel e o lugar de cada cidade para o nosso amanhã, diria como Galileu, quando observava as estrelas no seu telescópio, e foi questionado sobre qual a estrela central do universo: “Toda, e qualquer estrela, pode ser o centro”.

 

João Seixas, Geógrafo

 

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08
Out 11

Agenda Local Colaborativa pela Retoma, um contributo para reflexão

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27
Jul 11

O futuro

O escritor português valter hugo mãe, assim em minúsculas como ele gosta de escrever, apresentou recentemente na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) um belo texto sobre a sua relação com o Brasil (ver carta lida aqui).

Nesse texto, e a propósito das 'novelas', o autor descreve os brasileiros que nos anos oitenta vinham para Portugal (e que já conheciam o final das histórias) como uma espécie de 'adivinhos... gente que via coisas do futuro, gente que viveu o futuro' e que se juntava 'a nós para reviver o passado'. Por causa disso, tornavam-se especiais e a sua opinião 'para cada decisão' era escutada com atenção.

Esta história é muito interessante porque é uma boa metáfora do que precisamos fazer quando se trata de pensar o futuro e que passa por pedir aqueles que já viveram 'futuros diferentes' (e que conhecem alguns dos seus 'segredos') que partilhem connosco essas histórias.

O Brasil tornou-se ao longo dos tempos, e para muitos assuntos, uma espécie de 'bola de cristal' e de 'balão de ensaio' de 'futuros desejados' (como referia recentemente areputada investigadora britânica Doreen Massey). No domínio das artes e da cultura a já citada FLIP, organizada na cidade de Paraty, o Festival Jazz & Blues do Ceará ou oMuseu de Arte Contemporânea de Niterói são exemplos de apostas robustas e qualificadoras do 'presente' merecedores de particular atenção e investigação (*), quer por nos revelarem aspectos de um 'futuro possível' em momento de crise e de incerteza, quer por ousarem desenvolver-se fora dos grandes centros urbanos.

A rede ibero-americana de reflexão sobre 'economia criativa, da cultura e das artes' e 'territórios criativos' (**) que estamos a construir vai um pouco nesse sentido, da vontade de construir um 'futuro com diferentes possibilidades' a partir de um olhar sobre o potencial da relação entre as 'artes, a cultura, a economia e o território'.

Esta rede informal mobiliza já, neste momento,  mais de trezentos cidadãos de ambos os lados do Atlântico e pretende constituir-se como um espaço de reflexão sobre conceitos e de partilha de experiências e projectos que nos ajudem a desbravar 'novos futuros' a partir de um olhar Ibero-Latinoamericano.

Partilhemos, então, o 'futuro desejado'!

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22
Jul 11

‎'CIDADES PELA RETOMA, REFORMA E TRANSIÇÃO‘ O PAPEL DOS ‘MOVIMENTOS CÍVICOS’ QUE REFLECTEM SOBRE AS CIDADES, NUM CONTEXTO DE TRANSIÇÃO

publicado por JCM às 09:30 | comentar | favorito
29
Jun 11

Programa de Governo

As 'cidades pela retoma' no programa do governo
 
 
publicado por JCM às 13:56 | comentar | favorito
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09
Jun 11

'Making more with less: Low-Cost & High-Value Ideas for Cities'

'Making more with less: Low-Cost & High-Value Ideas for Cities', José Carlos Mota

publicado por JCM às 15:20 | comentar | favorito
08
Jun 11

fotografias da 1.ª sessão - 2ª Conferência Cidades pela Retoma Porto (3 Junho)

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Boas-vindas | Miguel Barbot | ACdP

http://www.acdporto.org/

Reabilitação Low-cost | Filipe Teixeira | Plano B e Low-cost Houses

http://lowcosthouses.wordpress.com/ & http://www.planobporto.com/

A criatividade em tempo de crise: caso FilmesdaMente | Nuno Rocha e Victor Santos | FilmesdaMente

Projecto Es.Col.A | João Taborda e Ewelina | Es.Col.A: espaço autogestionado do Alto da Fontinha

 

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10
Mai 11

Cidades pela Retoma em Faro

 

 

 

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27
Abr 11

comunicação do 'Cidades' no Seminário ”Águeda: cultura, inovação e criatividade” - CM Águeda - 27 ABRIL 2011

publicado por JCM às 22:22 | comentar | favorito
21
Abr 11

Seminário ÁGUEDA: cultura, inovação e criatividade | Oportunidades de regeneração das cidades, 27 de Abril de 2011, Salão Nobre dos Paços do Concelho

Seminário ÁGUEDA: cultura, inovação e criatividade | Oportunidades de regeneração das cidades,

27 de Abril de 2011, Salão Nobre dos Paços do Concelho

http://gis.cm-agueda.pt/pru/noticia4.html

 

 

Inscreva-se enviando um e-mail para marlene.marques@cm-agueda.pt

publicado por JCM às 13:20 | comentar | favorito
15
Abr 11

Notas soltas sobre intervenção de Manuel Castells, 15 de Abril

[Notas soltas sobre intervenção de Manuel Castells, 15 de Abril, Univ. México, ‘Comunicação e Poder’, (http://www.facebook.com/event.php?eid=163678710356705)]

 

um agradecimento a Alberto Carrera pela preciosa indicação!

 


Castells dixit

 

Sobre o poder

‘Quem está no poder tem a capacidade de organizar as forças directoras em torno das suas ideias. Onde há poder, há sempre contra-poder! Onde há dominação, há resistência (dinâmica social). As instituições da sociedade são uma mescla dessas relações (compromissos e negociações entre actores) e assim determinam as nossas vidas’

 ‘A informação e comunicação foram sempre fonte de poder e contra-poder, de domínio e de mudança. O controlo da comunicação e informação é um espaço essencial quando se formam relações de poder’

 ‘Os processos de construção mental desenvolvem-se à volta das emoções (que determinam nossos comportamentos) ‘

‘As redes de construção poder (complexas e multidimensionais) condicionam os outros poderes (regulando-os ou não); usam a capacidade de levar o sistema para onde os interesses dominantes querem’

 

Sobre comunicação

 ‘Os meios de comunicação são o espaço onde se forma o poder’

‘Mais do que ser actor do poder, é importante definir as regras onde se cria o poder’.

‘Os diferentes papeis do media: os jornais organizam e estruturam o conteúdo; a TV simplifica a mensagem; e a rádio organiza o diálogo personalizado’

 ‘Toda a política é mediática; toda a mensagem que não existe em torno da comunicação, simplesmente não existe politicamente; a conversação intelectual, pessoal ou política, que não é socializada não tem poder’

‘O objectivo central da comunicação é ganhar audiência (negócio, influência política, melhores condições, …), mesmo que seja em nichos específicos relativamente pequenos’

‘As populações não lêem à procura de informação, mas procuram antes a confirmação da sua opinião (por isso tendem a escolher as opiniões com que se identificam)‘

‘As mensagens mediáticas são as mais simples possíveis - uma pessoa, um rosto humano (a principal mensagem); os programas não interessam; a confiança não se gera pelo programa, os titulares ou os partidos; dirige-se a algo, a alguém em concreto que inspira a confiança; a confiança é uma espécie de cheque em branco; como se sabe que não se pode exercer qualquer controlo até às próximas eleições, escolhem-se os menos maus’

‘Neste quadro, a forma de luta política mais eficaz é a destruição da pessoa (‘política de escândalos’) criando, manipulando ou filtrando algo que destrua o principal valor da pessoa: a credibilidade/confiança que gera’

‘Existe uma ideia que os políticos são todos iguais (corrupção, mentiras); A corrupção e os escândalos geram uma crise legitimidade (perda de confiança no sistema político); 70% das pessoas dizem que não estão governados pelos legítimos governantes; o impacto que isto gera é a crise do sistema político, agravada por uma crise económica simultânea’

‘A difusão da internet criou um novo contexto de informação que mudou tudo; em 1996 40 milhões, em 2011 cerca de 2 mil milhões de utentes; o número de n.ºs de telemóvel em 1991 era de 16 milhões, hoje são 5 mil milhões’

 ‘Assiste-se a uma des-intermediação dos meios de comunicação de massas, que deixaram de controlar a comunicação;

 ‘Apareceu uma auto-comunicação de massas – onde cada procura informação, gera mensagens, que difunde nas suas redes; a autonomia comunicativa tem uma enorme influência nos movimentos sociais;

 

Sobre movimentos sociais

‘Os movimentos sociais são os que tentam mudar os valores da sociedade (‘quadros mentais’), não os que tentam mudar o poder político; podem fazê-lo, mas só num segundo momento’

‘As mudanças mais importantes são as de mentalidades; a comunicação pode ser importante para essa mudança’

‘Os movimentos sociais que questionam o poder e a estrutura do Estado encontram na internet e nas comunicações móveis o seu espaço, para a auto-organização, criando redes de solidariedade e de debate, sem relação com os partidos tradicionais’

‘Os movimentos sociais partem de causas profundas, relacionadas com os valores da sociedade; utilizam a auto-comunicação, baseada em redes relacionais de confiança (redes de contactos telemóvel ou email), que são mensagens de confiança (redes de pequenos mundos)’

‘Os graus de liberdade do contra-poder aumentaram exponencialmente’

‘A utopia libertária não depende da internet, ela só a amplifica’

‘Contra o que os media dizem, a sociabilidade dentro e fora da rede é cumulativa; quanto maior a sociabilidade pessoal, maior a sociabilidade internet; e o inverso também é verdade’

‘Os jovens não lêem periódicos em papel, mas lêem-nos na internet, seleccionando os temas que lhes interessam; os jovens estão mais informados do que se diz’

 

Mais informação:

http://www.manuelcastells.info/

http://ijoc.org/ojs/index.php/ijoc/article/view/46/35

 

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16
Mar 11

'AS FORMAS E O FUNCIONAMENTO DAS CIDADES E OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE' (sintese de reflexão)



"AS FORMAS E O FUNCIONAMENTO DAS CIDADES E OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE" Culturgest, 21 de Fevereiro de 2011 http://www.dpp.pt/Workshops/Workshop-Final_DPP-ANEOP_Funcionamento_Cidades/DPP-ANEOP_Funcionamento_Cidades-final.pdf

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15
Mar 11

Cidade pela Retoma na RTV

 

 

 

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11
Mar 11

VOTE pela Cidadania!

‎[vote na proposta apresentada ao painel 'Democracia' do Movimento Milénio]
'Envolver os cidadãos na vida local!'
http://www.movimentomilenio.com/2011/03/objetivo-envolver-os-cidadaos-na-vida-local/ 
NO BOTÃO DO LADO DIREITO [GOSTAM DESTE PROJECTO]


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04
Mar 11

CONTRIBUTO DO MOVIMENTO ‘CIDADES PELA RETOMA’ PARA PAINEL ‘DEMOCRACIA’ DO MOVIMENTO MILENIO

‘GLOBAL CITY 2.0’ - REDE INFORMAL GLOBAL DE ‘MOVIMENTOS CÍVICOS DE CIDADE’ E UM ESPAÇO DE REFLEXÃO SOBRE POTENCIAL E LIMITAÇÕES DESTAS (NOVAS) FORMAS DE ‘DEMOCRACIA DE PROXIMIDADE’

CONTRIBUTO DO MOVIMENTO ‘CIDADES PELA RETOMA’ PARA PAINEL ‘DEMOCRACIA’ DO MOVIMENTO MILENIO (http://www.movimentomilenio.com/)

 

Vídeo

http://www.youtube.com/watch?v=JleGq1F16f4&feature=player_embedded

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