08
Out 11

Agenda Local Colaborativa pela Retoma, um contributo para reflexão

publicado por JCM às 00:09 | comentar | favorito
06
Out 11

Agenda Local Colaborativa pela Retoma

Imaginem que cada uma das nossas 305 comunidades locais se organizava para identificar um conjunto de ideias/projectos de baixo-custo e alto-impacto que procurasse resolver problemas/valorizar potencialidades dos seus centros urbanos, em diversos domínios (cultura, mobilidade, recuperação de edificios devolutos, agricultura de proximidade, envelhecimento activo).

Que os cidadãos (individual ou colectivamente organizados) eram parte activa na reflexão e identificação das ideias. Que se mobilizavam diferentes saberes (ciencia, arte, empreendedorismo, território) para qualificar essas ideias. E que se alinhavam energias e formas de finaciamento local para que as ideias ganhassem vida. Por último que durante este processo se iriam partilhando entre as 305 comunidades as experiências, as aprendizagens e os resultados.  

Não valerá a pena experimentar?

JCM

publicado por JCM às 13:36 | comentar | favorito
03
Out 11

Por uma ‘‎Agenda Local Colaborativa pela Retoma’

Vivemos, provavelmente, um dos períodos mais complexos e difíceis da nossa existência recente, com sinais diários de uma profunda crise financeira, económica e social cujas consequências, dizem, ainda estão longe de ser percebidas.

Como habitualmente, gastamos as nossas energias a tentar encontrar os culpados da crise, carpindo mágoas sobre as suas consequências, mas reflectindo pouco sobre as razões que a originaram ou esquecendo de procurar identificar formas criativas dela sair.

Sendo consensual que as medidas até agora implementadas (cortes na despesa e aumento de impostos) têm um alcance limitado e não são suficientes para resolver o problema de fundo, urge procurar encontrar respostas para duas questões centrais. Como estimular o desenvolvimento económico e social, isto é, como gerar novos empregos e criar riqueza, e, segundo, como fazê-lo de forma colaborativa, isto é como podemos mobilizar as diferentes forças e energias cívicas, intelectuais, produtivas e poderes públicos para, em conjunto, encontrarmos soluções com benefícios mútuos?

Não estando sozinhos neste dilema, talvez valha a pena olhar para a forma como outros países têm procurado responder às questões colocadas. Das várias medidas que têm vindo a ser tomadas salienta-se a crescente importância que é atribuída ao papel das cidades na promoção do desenvolvimento económico e social e na criação de emprego (Europa 2020 - Smart, Sustainable and Inclusive Economy & Territorial CohesionUS Urban Policy –American Jobs Act American Recovery and Reinvestment Act ).

Em Portugal esta aposta tem vindo a ser discutido de forma ténue. Ainda assim, têm vindo a surgir algumas iniciativas que visam chamar a atenção para a sua oportunidade. Do conjunto salienta-se as iniciativas promovidas no âmbito da plataforma ‘Cidades pela Retoma’ (https://www.facebook.com/CidadespelaRetoma) que, de alguma forma, têm procurado reflectir sobre o papel das cidades e das suas comunidades na Retoma, apelando à necessidade de um novo quadro de transição do nosso modelo de organização e desenvolvimento económico, social e espacial.

Na sequência de alguma reflexão produzida, tem vindo a ser discutida a pertinência e oportunidade de se produzir uma ‘AGENDA LOCAL COLABORATIVA PARA A RETOMA ‘, um desafio que estimule o envolvimento das comunidades locais, agentes sociais e económicos, poderes municipais e instituições do sistema científico e tecnológico na procura de respostas criativas para o crescimento e desenvolvimento económico à escala local.

Para isso, foi sugerido o lançamento de um desafio colaborativo que vise sugerir ou identificar iniciativas, projectos ou acções de ‘baixo-custo e alto-impacto’ que respondam à resolução de problemas concretos ou à valorização de potencialidades das cidades num conjunto de domínios relevantes, por exemplo na economia da cultura, na regeneração e construção sustentável, na economia social e solidária, no envelhecimento activo, na mobilidade sustentável, na alimentação local e na relação cidade/campo.

As acções a sugerir devem responder ao interesse colectivo, ser de baixo custo, de localização cirúrgica e de execução rápida e visível. Para além disso, devem valorizar a ligação entre conhecimento científico e empírico e gerar impacto positivo nas comunidades locais (emprego, criação de valor, melhoria qualidade de vida).

Este ambicioso exercício exigirá uma forte mobilização à escala local, envolvendo cidadãos, organizações e autarquias locais, com vista à construção, validação, disseminação e apoio à implementação das ideias/projectos e deverá procurar identificar sistemas inovadores de financiamento local (‘Crowdfunding’) em cada cidade, tal como foi sugerido recentemente por Obama no seu American Jobs Act.

Está na altura das comunidades locais e seus responsáveis autárquicos se mobilizarem para passar a ter um papel mais activo na procura de soluções para retoma. Deixo-vos pois o desafio para comparecerem na conferência que a associação Faro1540 vai organizar no dia 7 de Outubro(http://www.faro1540.org/?p=1075) para que contribuam com os vossos comentários e sugestões para o desenvolvimento deste estimulante desafio colectivo. 

José Carlos Mota, Investigador e docente do DCSPT - Universidade de Aveiro (jcmota@ua.pt)

publicado por JCM às 23:07 | comentar | favorito